sábado, junho 12

A meio da manhã

A noite de ontem foi para mim de insónia e abatimento, passada na internet com notícias de Portugal e do mundo, cada uma mais deprimente do que a anterior, a maioria a ressudar medos e mentiras. Histórias da carochinha sem direito nem avesso, fabricadas pelos que nisso têm o ganha-pão e à sua maneira são escravos de poderes muito reais, mas sem nome, e a quem só a fingir se podem pedir contas, contas que eles dão com a desfaçatez soberana com que tratam os indigentes pobres de espírito.

Grande miragem a de esperar mudanças, melhorias, direitos, justiça, quando os que podem já nem migalhas deitam aos que precisam, ou se o fazem exigem boca calada, olhos fechados, e de joelhos, que é essa a boa postura, mesmo que seja outra e gloriosa a letra da Constituição.

Vai a manhã a meio e ainda não me recompus, nem alegra que o sol brilhe. Em momentos  assim morrem as ilusões, o que fica é um assustador vazio.