terça-feira, maio 13

À espera

Se estivesse em maré de gracejar - não estou - cairia para o gracejo fácil, dizendo-me à espera de Godot. Mas até para sorrir me falta vontade ou motivo, e o vácuo mental não predispõe bem.
Vale, felizmente o carinho humano, sobretudo num meio diminuto como a nossa aldeia.

Vem manhã cedo a vizinha, a torta e o saco de laranjas servindo de pretexto para esconder a razão verdadeira. é  que desde ontem à tarde ninguém nos viu nem ouviu, e pode ter acontecido alguma coisa.

Carinho, simpatia, aflição, curiosidade - razões boas que depressa se perdem  e desaparecem no formigueiro da cidade.