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Gloucester, no Massachusetts, o mais antigo porto de pesca dos Estados Unidos, terra de muitas gerações de sicilianos e açoreanos. É lá popular a nossa linguiça e, quando ainda o havia, pescava-se o bacalhau. Isto e mais li eu em The Last Fish Tale.
Porque os conheci na infância, das vezes que meu pai me levou a bordo dos lugres bacalheiros, interessaram-me em particular as histórias dramáticas dos pescadores que se metiam ao mar nos dóris. E logo me tomou a tristeza que sempre me ataca com o confronto da nossa secular miséria. Os pescadores “americanos” de Gloucester iam aos pares: um homem a remar, o outro a pescar, e mesmo assim a tarefa era de perigo de vida. Os dos lugres de Aveiro, Ílhavo, do Porto e da Figueira, pescavam sozinhos, sofriam, gelavam e morriam sozinhos, poucos terão sido os que ao longo dos séculos ganharam mais do que para comer.
Fechei o livro e, com saudade dos que na infância via atracados ao Cais da Ribeira, fui-me ao Google em busca de dóris e bacalhoeiros. Encontrei lá esta história, também muito portuguesa no que tem de desastrado e rocambolesco.
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