Surpreende-me sempre o feitiço que a palavra Amsterdam exerce em certas pessoas. Vivendo elas longe e sabendo-me aqui, algumas como que endoidecem a imaginar as festas a que irei, a gente interessante que devo conhecer, os acontecimentos em que tomo parte, os museus, os concertos, os teatros, os cafés...
Se vêm de visita e partilham uns dias a minha realidade, recusam acreditar que eu de facto viva entre as quatro paredes do meu quarto de trabalho. Sorriem, desconfiados, achando que deve ser pose. E nem a minha idade levam em conta. Assim que voltarem as costas eu de certeza recomeço a ir às festas, aos cafés...