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De uma entrevista de 12.07.2014, do semanário holandês Elsevier ao filósofo Alain Finkielkraut:
Elsevier: O
senhor critica severamente o sistema de ensino e deseja que os professores
reganhem o poder que antigamente tinham. Será isso ainda possível?
Finkielkraut: 'Numa
democracia nem tudo pode ser democrático, e a escola certamente que não. Há diferença
entre os alunos e os professores. Porque queremos que as crianças de tenra idade
também participem, é-lhes dada a palavra sem ainda dominarem a língua.
Por que
razão se deseja suprimir o método clássico, em que o mestre fala? Porque há smartphones? Não precisam de aprender
porque têm todo o conhecimento ao alcance da mão?
De modo nenhum, pois se não fizerem esforço para ouvir e aprender
nada sabem. Não vejo porque razão devemos adaptar o ensino às novas tecnologias.
Bem ao contrário, as novas tecnologias obrigam-nos a manter o ensino como
sempre foi. Li há pouco que os dirigentes de grandes empresas tecnológicas como
Yahoo e Facebook matriculam os seus filhos em escolas totalmente isoladas (da
modernidade), sem computadores. Com quadros negros, giz e livros, estantes
cheias de livros que se podem manusear. Esses já compreenderam.'