domingo, agosto 10

Quadro negro, giz e livros


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De uma entrevista de 12.07.2014, do semanário holandês Elsevier ao filósofo Alain Finkielkraut:
Elsevier: O senhor critica severamente o sistema de ensino e deseja que os professores reganhem o poder que antigamente tinham. Será isso ainda possível?
Finkielkraut: 'Numa democracia nem tudo pode ser democrático, e a escola certamente que não. Há diferença entre os alunos e os professores. Porque queremos que as crianças de tenra idade também participem, é-lhes dada a palavra sem ainda dominarem a língua. 
Por que razão se deseja suprimir o método clássico, em que o mestre fala? Porque há smartphones? Não precisam de aprender porque têm todo o conhecimento ao alcance da mão?
De modo nenhum, pois se não fizerem esforço para ouvir e aprender nada sabem. Não vejo porque razão devemos adaptar o ensino às novas tecnologias. Bem ao contrário, as novas tecnologias obrigam-nos a manter o ensino como sempre foi. Li há pouco que os dirigentes de grandes empresas tecnológicas como Yahoo e Facebook matriculam os seus filhos em escolas totalmente isoladas (da modernidade), sem computadores. Com quadros negros, giz e livros, estantes cheias de livros que se podem manusear. Esses já compreenderam.'