Pelos vestígios arqueológicos encontrados sabe-se que Aveloso já era habitada no Megalítico. Os romanos deixaram nela a ponte de três arcos que atravessa a Ribeira de Teja. Os árabes ocuparam-na no séc. VIII, mas ficaria depois desabitada até à Reconquista, no séc. XII.
Recebeu foral em 1514 e o artístico pelourinho é também dessa data. Aveloso tinha então importância suficiente para nela habitar um bispo, de cuja residência resta uma bonita janela manuelina.
Dois outros
edifícios serviram de moradia aos bispos de Lamego: um também do séc. XVI, a
que o povo chama “o convento;” o outro, a Casa dos Buchos, data do séc. XVIII.
Próximo desta última encontra-se uma casa que tem na parede uma figura
antropomórfica, conhecida pela “Cara do Aveloso.”
Dos fins do séc. XIX às primeiras décadas do século XX, Aveloso gozou de fama mundial.
Em 1882 nascia ali Albano de Jesus Beirão, filho de pobres que, por volta dos sete anos, começou a sofrer de estranhos ataques duas vezes ao dia.
Pulava, rebolava, uivava, subia às paredes com agilidade animal, dava saltos enormes, corria como um galgo. Nesses momentos desenvolvia uma força descomunal, o que lhe valeria depois a alcunha de “Homem-Macaco”.
Foi notícia mundial. Edgar Rice Burroughs interessou-se pelo caso, e supõe-se que se tenha inspirado nele para criar a figura de Tarzan no seu romance Tarzan of the Apes (1914).
Nos anos 20 o governo nomeou uma comissão que levou o “Homem-Macaco” pela Europa, para que fosse examinado por sumidades médicas. Contudo, das pesquisas feitas então na Itália, Inglaterra, Alemanha, Rússia, Espanha, Bélgica e Suíça, nunca foram publicados os resultados.
Cerca de 1932, ao completar 50 anos, os ataques cessaram subitamente, tendo Albano a partir daí levado uma vida sossegada pois, nas suas palavras, “o governo de Lisboa dá-me o que preciso; além disso, vendi a cabeça aos alemães, que a querem estudar.”
Viria a morrer aos noventa e quatro anos no hospital da Guarda em 1976 e, segundo testemunhos, “do caixão selado escorria muito sangue”.