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São várias e essenciais, caso se deseje ir andando com os
pés bem assentes no chão, cabeça arejada e o sorriso que só se consegue genuíno à custa de grande esforço. Ficam aqui quatro.
A arte de saber encaixar, tentando descobrir as razões do outro para o insulto, o veneno, a raiva, a mesquinhice. Não concluir logo que talvez seja estúpido e mau, antes levar a sua atitude à conta da impotência e das desilusões, da ambição que o tortura, de um destino que não conseguiu realizar.
A arte de saber encaixar, tentando descobrir as razões do outro para o insulto, o veneno, a raiva, a mesquinhice. Não concluir logo que talvez seja estúpido e mau, antes levar a sua atitude à conta da impotência e das desilusões, da ambição que o tortura, de um destino que não conseguiu realizar.
A arte da paciência. Muito difícil esta, porque as
exigências, os deveres, os pedidos e as pressões vêm de todos os lados, como
flechas em batalha medieval, nenhum escudo é bastante grande, são dezenas as
que trazem veneno na ponta e acertam no
alvo.
A arte das boas maneiras. Eficaz para fintas e
contra-ataques, permite escapar com
delicadeza aos assédios de maldade, serve de armadura contra a estupidez, ajuda
a criar o que se chama boa reputação.
A arte do desdém. Dispensa-se às gotas, medidas numa
colher de jovialidade, dissolvidas em torrões de ironia com aparência de
açúcar.