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"Não poderia viver sem música. Adoraria ter sido compositor, não teria
que lidar com enredo, personagens, diálogos. A música é a mais pura forma de
arte. Uma das coisas boas no romance é que é musical, é pictórico e
linguístico. Às vezes uma frase dança, pinta uma imagem. Não gosto do romance
enquanto forma, é desarrumado e aborrecido. Mas sei que é extraordinariamente
rico. Não mudaria o sentido de uma frase para acertar o passo com a música, mas
mudaria a música para que acertasse com a frase. A prosa tem que ser tão dura e
fria como o mármore sendo, ao mesmo tempo, tão suave como a carne e tão musical
quanto a voz. Quão difícil é combinar tudo isto."A não perder para colegas, aspirantes a escritor, ou simplesmente para quem gosta da escrita: a entrevista no Observador.