Neste nosso tempo e sociedade, não há lugar para Eças ou Fialhos. São tudo punhos de renda, unhas cortadas, garras de sardão, entreténs com licenciaturas express e engenharias domingueiras, fúrias que duram enquanto dão proveito.
A fingir de esquecidos, como se os mandantes tivessem nascido no berço do Poder, estejam lá por acaso, e não pelo empurrão do voto.
É bonita a virtude, e dói pagar as favas, mas nas horas mortas cada um sabe a quem e por quê deu o voto, os favorzinhos que esperava, as cunhas que meteu, os joelhos que dobrou, as bofetadas que ia dar quando os "seus" ganhassem.
Todos juntos somos o país, má sorte é querer a maioria puxar a brasa para a sua sardinha, e mandar o gato comer a do vizinho antes que ele a asse.