segunda-feira, novembro 28

A pobreza da realeza

 

Poder viver como um rei era a expressão consagrada nos sonhos do comum. Hoje em dia, porém, deixou de ser válida. Os mais abastados dos soberanos que ainda restam, coitados, terão umas centenas de milhões de dólares (euros ou libras), o sultão do Brunei dois ou três biliões, mas essa gente, além da constante aflição de ver os juros baixar, vive no medo ainda mais constante de que os políticos e a plebe, usando das manhas da democracia, lhes tirem os palácios e os pés-de-meia.
Assim, tal como as multinacionais têm mais poder que os governos, os negociantes da Ásia deixam atrás de si a pelintrice das monarquias. Vejam os irmãos Ambani, que juntos possuem 85 biliões de dólares. O mais novo, Anil Ambani, está a ponto de vender uma das suas empresa por uns 70 biliões. O mais velho, Mukesh, a fazer morder-se de inveja o benjamim, com quem vive em discórdia, ofereceu como presente de aniversário à mulher um Boeing de 60 milhões de dólares e vai gastar 1 bilião de dólares na construção de uma residência. Talvez para que se veja de longe, a casa terá vinte e sete andares (para a mulher e três filhos deve chegar), três pistas para helicópteros e uma garagem para cento e sessenta e cinco carros. Entre jardineiros, paquetes, camareiras, cozinheiros, porteiros, mordomos, choferes, guarda-costas e outros, andarão por ali uns seiscentos servos.
Quanto rei não gostaria de viver assim!