De guerras não sei, certezas tenho cada hora menos, e emperro tanto na ficção que continuo a repescar textos antigos, não vá acontacer que os fiéis leitores que passam por aqui - alguns há dez anos - vão pensar mal de mim. Grato a todos.
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Claro que quem a tem e preza cuida da imagem, não mistura
alhos com bugalhos, maçãs com peras, Byron e brincadeiras.
Mas a posse e mantença da imagem é coisa para poucos. Trabalhosa,
pede cuidado permanente, citações em Latim, referências a poetas antigos, seriedade
no rosto, mostragem de saber, fundura do pensamento, o modo vago e o olhar
distraído de quem, estando ainda neste mundo, se sabe acima dele.
Mal vai ao que, desdenhando do esforço e desinteressado
da aparência, se esquece de arranjar pose: olham-no de viés e caem-lhe em cima,
pois se não mostra é porque não tem.
Pudessem eles e tivessem-nas à mão, faziam como os gregos
antigos: apedrejavam-no com ostras.