Com quinze anos passados há muito devia ter posto fim à tarefa, e com razões de sobra, a começar pela inutilidade desta escrita e o sentimento que tenho de me ver como um desses maníacos que embirram com coisas que a poucos parecem incomodar.
Que interessa ao mundo que me irrite por ter o artigo definido desaparecido dos títulos dos jornais, mesmo dos ditos de referência? Que tenho eu a ver com a mal amanhada prosa de brasileirismos e anglicismos, se é essa a moda? Por que me entristece o desprezo com que é tratada a língua portuguesa por aqueles que a falam, a ensinam, pelos que têm a obrigação de a policiar e defender dos ataques da estupidez disfarçada de modernismo?
De volta ao começo: este blog manterá os textos que escrevo para a revista do Correio da Manhã, para o Observador, eventualmente outros, mas deixa de ter o relato de estados de alma, chatices, fúrias, medos, comentários a pandemias, à política e aos políticos, à triste situação da pátria, às sombras do futuro.
Conforme o disposição poderá de vez em quando ler-se aqui uma estranheza, um motivo de alegria, uma razão de crítica ou desespero, mas em versão telegráfica.
Grato pela sua visita, volte sempre como dizem nas lojas, mas não espere muito.