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Serei o último a queixar-se do
que anualmente pago entre seguros de doença, de casa, acidentes, férias,
automóvel e mais. Do montante não adianta falar, porque das raras vezes que me
aconteceu fazê-lo com quem vive em Portugal, notei nuns quantos a descrença e
noutros a suspeita de um exagero vaidoso e tolo.
Pago sem discutir, porque embora
o custo seja elevado dá-me descanso e paz de espírito.
Isso julgava eu até há poucas
horas, quando recebi o aviso de que se for de férias seja para onde for e me
acontecer cair doente em consequência do corona vírus, adeus garantias do
seguro e descanso dos nervos, pois todas as despesas correrão por minha conta e
risco: hospital, ambulâncias, médicos. tratamento, deslocações e o mais que vier será tirado
do meu bolso, se entretanto ainda lá houver o que tirar.
A perspectiva dessa roubalheira
é-me comunicada oficialmente com esta simplicidade: “Como o coronavírus entretanto
se manifesta em vários pontos do globo (as suas consequências) não podem ser
consideradas um acontecimento inesperado, pelo que não serão cobertas pela
apólice.”