sexta-feira, março 6

Sexta à noite


Há daquelas horas que não são de medo ou confusão, só de apatia e desengano, cheias de interrogações, de névoas, a pressentir males e contratempos para amanhã, como se dentro de nós vivesse um profeta ermitão que tudo sabe do escuro da existência e nos sussurra que não há motivo de esperança, que não adianta sonhar, fazer planos, o caminho está traçado desde o nascimento à sepultura. Avançamos nele iludidos de irmos pelo nosso pé, e bem é que assim seja, porque nos sentiríamos infelizes se víssemos que nos empurram.