sexta-feira, setembro 13

Bilhetes (91)




Ontem à noite acabei mais um e fiz uma jura: podem gritar aos quatro ventos que os pólos vão derreter, que o ar já é irrespirável, urgente acabar com a carne na alimentação, que se  precisa uma lei que nos obrigue a comer alface, mas duma coisa estou certo, a de que esse foi o último livro que li dos “especialistas” que asseguram a verdade das suas conclusões, não aceitam argumentos contrários, enriquecem e ganham fama a espalhar o medo.
Dirá você que penso desse modo porque estou com um pé na cova e pouco se me dá, mas assim não é, bem ao contrário, cada dia me maravilho mais e divirto com o que acontece no belo planeta que o Todo Poderoso escolheu para nossa morada: o Papa e os presidentes riem nos selfies e são fanáticos do Twitter; a Greta vai receber o Nobel; os arranha-céus têm hortas nos terraços; na semana passada Waldsiedlung – uma localidade a 30 km de Frankfurt – elegeu por unanimidade um nazi para burgomestre; o governo holandês quer proibir o uso do gás natural e substituí-lo pela electricidade; o governo belga subsidia quem utiliza o gás natural em vez da electricidade…
Já aqui citei Arturo Pérez-Reverte, que escreveu: "Primeiro mandaram-nos os ricos, depois os ressentidos e agora os estúpidos. O problema destes últimos é serem muitos."
Aos estúpidos talvez se possam acrescentar os tolinhos, que também são muitos e não sabem o que fazem.