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Chamava-se linguado à tira de papel que,
quando comecei nos jornais, representava o espaço de uma coluna
impressa. Muitos anos depois mediam-se os textos pelo número de palavras,
actualmente a contagem é feita em "batidas", jargão das redacções para
os caracteres incluindo espaços.
Tem ares de satisfação infantil, mas nos
muitos anos de jornalista (holandês) fazia ponto de honra em não exceder o
número de palavras. Era necessária disciplina, mas contribuía também para depurar
o texto do que lá havia de "gordura".
Os tempos hoje são bem outros, o espaço é
valioso, para as crónicas que agora escrevo para o Correio da Manhã, a regra a manter é não ir além das mil "batidas,
o que mais coisa menos coisa equivale a cerca de duzentas palavras. Ideal para
o título é ficar pelas vinte e sete "batidas" e, na medida do
possível evitar os emes, letra que "come" muito espaço.
Um dos benefícios destas regras, e não
pequeno, é pensar mais de duas vezes naquilo que escrevo.