Ontem à noite, curiosidade, dever de
ofício, desejo de estar ao corrente do que vai no mundo, folheei e, um após
o outro, li umas quantas páginas do começo dos romances de três jovens colegas
há pouco no mercado.
Passaram o exame, mas de nenhum saltou aquela
fagulha que provoca a curiosidade e leva – Não! Obriga! – a continuar a leitura.
Aqui e ali veem-se os andaimes, adivinham-se as pressas, descobrem-se os
jeitos. Tudo isso, porém, é de remediar. Mas coisa essencial em todos faltava:
uma primeira página retumbante. E a primeira página é essencial, tem de ser
como música de órgão, tiro de dinamite ou semelhante.
Pensando nisso fui-me a buscar O Demonio do Ouro – a edição (1927) é a que li em rapaz e tem a, para mim saudosa, ortografia do tempo –
recordado que estava de como Camillo Castello Branco também é mestre nas
primeiras páginas.
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