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Não ponha caras. Aguarde, que já explico. Sábado passado encontrei a fotografia deste rapaz no jornal holandês Het Parool, fiquei a saber que é professor de História no secundário, a roupa a sua grande paixão, e todos os dias passa pelas lojas. Continuava dizendo que, quem atentar no que ele veste, poderá deduzir o seu estado de alma, "Se é uma roupa extravagante mostro estar receptivo a comentários". Se vai a festas gosta de usar acessórios, como a malinha.
Era dia de chuva e sentia-se melancólico quando o fotografaram, daí o cinzento do garbo e a escolha do casaco que "voeja com muita graça quando está vento".
Era dia de chuva e sentia-se melancólico quando o fotografaram, daí o cinzento do garbo e a escolha do casaco que "voeja com muita graça quando está vento".
Agora eu. Tem o mundo dado muita volta desde que em 1930 cheguei, mas até uns anos atrás, embora cada vez mais atrasado, lá fui conseguindo acompanhar o movimento. Franzindo o sobrolho, é certo, mas espectador benévolo, só de longe a longe resmungando também: "Perdoai-lhes, Senhor, que não sabem o que fazem".
Semelhante atitude poderá ser interpretada como arrogância tola ou desdém de velho, mas assim não é, apenas traduz medo e desapontamento. Nem o mundo vai como sonhei, e tudo mostra que cada dia menos pertenço nele.
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Outra aflição minha pode ser lida aqui.