Falar da Pátria? Criticar os governantes da Pátria? Os de agora, os anteriores e os futuros, porque escolhem quem tem lugar à manjedoura e esta sempre foi e será pequena?
Criticar a apatia e a inocência do cidadão, que não sonha com direitos, progresso, justiça, mas tem como anseio maior uma boa reforma? E cedinho, se faz favor, com anos que contem a dobrar?
Falas nada adiantam, e as críticas são efectivas se por detrás delas há uma força colectiva, uma vontade de agir que exceda a conversa no café ou o palavreado da televisão.
Infelizmente esta nossa Pátria – nós todos, você e eu - é das que espera. Espera redenção, melhores dias, um futuro de bons almoços e que se realize a sério aquela promessa do sol a brilhar para todos nós. Brilhou, sim senhor, três décadas, mas só para alguns, os mais contentaram-se com o brilho do cartão de crédito. Mas pouco importa. Se o homem do fraque perdoa aos outros, também nos perdoará. E não é vergonha ter dívidas, vergonha é não ter um Audi topo de gama, não vestir Armani, ir à Madeira em vez das Maldivas.