quinta-feira, novembro 18

Reparação

Um sentimento de culpa não tem de ser fonte de remorso e para a asneira não há monopólio. Mas verdade é que dizemos coisas sem pensar nas consequências, damos passos em falso, empurrões nos melhores amigos; e por vezes, descrendo do impacto das palavras, ou confiante de que quem nos lê adivinhará que piscamos o olho, que o azedume é só  fingimento, atrevemo-nos a pontificar.
Infelizmente, no universo Internet há sempre uma alma que se sente ferida, alguém que se diz "isto é comigo", um ou outro que, mais destravado, esquece as boas maneiras que lhe ensinaram.
Na semana passada dei aqui umas inócuas picadelas num certo tipo de rapariga, e então não é que algumas, ignorando o substantivo raparigada, e com preguiça de clicarem no Priberam, desataram a barafustar (por mail, evidentemente) que as insultava, diminuía, que o texto ressudava  um machismo bacoco, que eu faria bem em não tocar no que não entendia. Ainda metiam a minha idade pelo meio, com um palavreado que não vou repetir.
Jesus Cristo também perdoou, e eu, homem de paz, além de perdoar peço desculpa pelo mal que não faço, bato contrito no peito um mea culpa, dobro o joelho, mas pelos jeitos há ocasiões em que isso não basta.

Assim, dando ouvidos a uma amiga de bom aviso, proponho uma espécie de reparação: sentiu-se magoada, insultada ou triste com aquele texto? Pertence à categoria citada, a das raparigas até aos quarenta? Escreva então em quarenta ou cinquenta palavras o motivo do seu desprazer e remeta para jrentes@xs4all.nl .
Na possibilidade de que haja mais de uma resposta faz-se sorteio (papelinhos num chapéu) e a vencedora terá direito a prémio: um conto curto, muito curto, mas original, e até manuscrito. 

PS. O prazo de envio termina a 25/11.