Escrito ontem, seriam dez da noite.
Ainda não terminou, e depois de alinhavar isto não tardarei a deitar-me, de modo que posso dizer com verdade que o dia de hoje foi dia perdido. Culpa minha, logo de manhã a irritar-me com a leitura de um texto num blogue, tão mesureiro e extenso nos rapapés, que me perguntei que interesse ou benefício leva alguém a tanta genuflexão.
Era sobre um livro. E mais pr'aqui, mais pr'ali, chegue-se cá para que lhe coce melhor as costas, e vai um beijinho, e como escreve bem, grande felicidade um talento assim, etc.
Reli, verifiquei se quem escrevia aquilo era quem assinava, deu-me depois qualquer coisa entre o ataque de riso e o ataque de nervos.
Porque é compadrio demais. Lê-se à esquerda, à direita, é um bajular repetido de jornal para jornal, de revista para revista, blogues idem, conversas idem dito.
Às tantas ouvi cá dentro um sinal de alarme, a avisar que antes de continuar metesse a mão na consciência. E lá vieram os meus momentos de compadrio. Pequenos, acho eu, mas se você os conhecesse era capaz de discordar. Recordei o compadrio de amigos do peito, de um ou outro compincha, de desconhecidos inocentes e outros nem sempre bem intencionados. Fiz as contas, chegando à conclusão que de uma maneira ou outra não se vive sem compadres nem compadrio. O problema está na dose.