Desde que a norte de Paris se avista o primeiro painel a indicar Bordéus, se entra no Périphérique, e depois se sai dele em direcção ao sul, a distância deve andar pelos trinta quilómetros. Tem-se em mente que a circular serve os doze milhões de almas da cidade e arredores, mas é sempre uma surpresa. Já a atravessei um domingo à tarde em quase vinte e cinco minutos, ao meio-dia dum sábado arrastei-me por lá mais de duas horas.
Até Poitiers são trezentos quilómetros e quatro horas de monotonia, quebrada pelos TGV que zombam da nossa velocidade de caracol.
Paramos no Futuroscope, espécie de Disney World da ciência e das diversões, com a vantagem de hotéis confortáveis a preço decente
Bordéus é a primeira etapa do segundo dia. Passada a cidade dos vinhos começam as Landes, milhões de pinheiros numa incrível planura de cem quilómetros. Desta vez uma surpresa: o que parecia água era uma imensidão de plástico.
A passagem por São Sebastião faz-se com o credo na boca, que os automobilistas ali parecem tarados e o camionistas loucos, todos a querer provar sabe Deus quê. É um alívio passar por Burgos. É um alívio chegar sem empeno a Magaz de Pisuerga e ao hotel de merecida fama pela cozinha, o conforto e a gentileza do acolhimento.