Mais coisa menos coisa todas estas viagens de ida e volta se parecem. Uma ou outra deixa memória, como a de perto de Burgos um automóvel negar o stop e, no instante seguinte, ver mortas e espalhadas na estrada as pessoas que segundos antes me tinham sorrido. A de um autocarro turco nos Pirinéus, os passageiros amontoados em pé num lado, fazendo contrapeso às molas que no outro se tinham partido. Um pouco antes de Tordesilhas, um carro deitando faíscas ao raspar a protecção da auto-estrada, e a mulher que o conduzia continuando a fumar, indiferente ao choque e àquele fogo de artifício.
No domingo entre Paris e Lille, com vento de tempestade, contei dois camiões virados. No primeiro dia, sexta-feira, um nevoeiro cerrado que se manteve por quase trezentos quilómetros até Magaz de Pisuerga. Esperança perdida julgar que dissiparia, pois no sábado acompanhou-nos até Bayonne. Excitante sentimento de roleta russa o descobrir poucos metros adiante um camião sem luz e velocidade de caracol.
O modo trombudo dos funcionários das portagens no País Basco a contrastar com o sorridente Bonjour! com que as meninas das Péages recebem os euros.
Surpresa à chegada: aqui entre o nosso prédio e o parque fronteiro havia um pequeno estacionamento bordado de árvores e arbustos. Catita, era uma alegria para os olhos quando tudo floria. Mas quê? A Câmara decidiu ser dispendiosa a manutenção e encontrámo-lo assim: