Porque será que certas pessoas generosas sabem dar, mas desconhecem a arte de receber? Com algumas tem-se a impressão de que por muito que se lhes dê nunca é de sobra, suficientemente bom ou interessante. Esticam a corda, puxam mais um bocadinho, surpreendem-se de que não rebente, o seu prazer reside talvez na febre da expectativa, no temor do risco.
Regra geral chega sempre o momento em que a corda rebenta mesmo, e então, tarde demais, tudo são desculpas e explicações, queixinhas, pasmos inocentes.
À medida que o tempo passa e as decepções vão aumentando, o círculo das amizades encolhe, antes de se dar conta anda a gente a cantar Me and my shadow.