Culpa só a tenho eu, de nestes dias andar de mal comigo próprio e o mundo, mesmo dando-me conta de que já foram maiores os aborrecimentos e mais sérios os transtornos. Mas há alturas assim, em que desde o atraso dos Correios às pontadas do lumbago, do palrar das vizinhas ao ganir dos cães, da moto-serra do Guilherme à buzina do padeiro, tudo me põe de trombas e mau humor.
Melhor seria se conseguisse convencer-me de que o copo não está meio vazio, mas meio cheio, se a prática do yoga me acalmasse ou a televisão me divertisse. Infelizmente assim não é. Mesmo agora, que o sol brilha, só tenho olhos para as nuvens que por instantes o tapam.