De longe a longe, tomado de ilusão, converso com um imaginário leitor - quem espreita um blogue não é necessariamente leitor, antes visitante – e costumo dizer-lhe:
- Olhe, isto é consigo.
Na verdade nada menos exacto. Esse leitor imaginário é o espelho em que projecto a minha solidão, o alter ego de que me valho para que a cabeça não desande de vez, para me dizer que o invisível, mas poderoso, torvelinho que me agita, alguma razão terá.
No fundo sei que não tem. São tudo reviravoltas, miragens, a minha maneira de ir vivendo, inventando tormentas e perigos que até certo ponto compensam da banalidade e da monotonia do meu dia.