terça-feira, novembro 22

Sensibilidade

 

Animais amestrados num circo, jardins zoológicos, aquários, jaulas, gaiolas... desde que me conheço tudo o que seja prisão me repugna.

Indivíduo de bom trato, pai e marido exemplar, cumpridor dos mandamentos, religioso de muita virtude, vejo-o com outros olhos ao dar-me conta que, dia e noite, meses, anos, mantém o cão preso a cinco metros de corrente.

Por cobardia, mas também para manter a sanidade mental, desligo a televisão cada vez que ela me confronta com os animais criados em “fábricas” e aviários. Costeleta de porco, “posta” de vitela, asa de frango, se mos põem no prato tento comê-los, mas por vezes a náusea pode mais. De nada adianta que me confortem com a informação de que desde séculos remotos, para poupar a sensibilidade, na cozinha oriental tudo é cortado em minúsculos pedacinhos – mesmo os fetos.

Vegetariano ainda não consigo ser e por enquanto fico-me pelo peixe, se bem que não me veja a comê-lo como aqui.