É o cansaço, a monotonia, a desconfiança, a impaciência para sofrer tanto faz de conta, tanto perito, tanto político ufano das suas certezas, tanto cientista pronto a salvar o mundo se deixarem que o faça, tanto virólogo catapultado do anonimato do laboratório para os cornos da fama porque afirma e garante o que os simples quem ouvir.
Cada semana que passa vou perdendo mais um pouco das minhas poucas esperanças, ao dia de amanhã já nada peço, não me interessa o que trouxer, cheguei ao ponto em que o silêncio aqui na aldeia não me parece de sossego, sim prenúncio de desastre, como dizem que se sente antes dos terramotos.
Já vezes sem conta o desejei, o terramoto que limpasse este país da pobreza, do desleixo, da batota e do faz de conta, dos robertos tão miseráveis que nem escondem os cordelinhos. Robertos desavergonhados, que vivem de mão estendida, mas acham sempre pouco o que lhes dão por caridade. Podem bazofiar, fingir que o ganham e, parolos, chamar-lhe bazuca, mas triste país o que vive de mão estendida e desespera quando a UE demora com o Subsídio de Reinserção Social.