Interessante jantar dias atrás, seis à mesa, e descontando a minha a média de idade nos cinquenta e tal. Conversa séria entre cidadãos de ideias e opiniões variadas, mas sem excepção com um genuíno amor ao país, que sempre conhecemos de saúde periclitante e que além de reagir mal às transfusões de sangue e à ajuda dos respiradores definha agora a ponto que, se fosse gente, se esperaria o pior.
Discutiu-se, opinou-se, comentou-se, ironizou-se, mas mesmo os que sabiam de economia e finanças não sugeriram soluções nem arriscaram prognósticos, e assim chegámos ao momento de falar no que imaginamos que poderá acontecer nas futuras eleições legislativas. Parecerá bizarro, mas com bastantes diferenças entre nós chegámos à mesma conclusão: a de que pelo menos na província que conhecemos melhor esperamos uma mudança radical, pois o que vamos ouvindo, as pessoas com quem falamos, o que nos contam, mas sobretudo o que as pessoas confessam da amargura de se sentirem abandonadas pelos partidos a que uma vida inteira foram fiéis, promete um abalo. Grande ou pequeno só os deuses sabem, mas na opinião dos que ali estávamos será surpreendente.