Este é um post de 06/02/2016, mas quero juntar-lhe uma quinta arte: a de saber ter medo quando tantos se escondem a fingir uma coragem que não têm, esperançados que o vírus entre na casa ao lado e lá fique. O mais certo é que não fica. Infelizmente, nem todos aprendem a ter medo.
São várias e
essenciais, caso se deseje ir andando com os pés bem assentes no chão, cabeça
arejada e o sorriso que só se consegue genuíno à custa de grande esforço. Ficam
aqui quatro.
A arte de saber encaixar, tentando descobrir as razões do outro para o insulto, o veneno, a raiva, a mesquinhice. Não concluir logo que talvez seja estúpido e mau, antes levar a sua atitude à conta da impotência e das desilusões, da ambição que o tortura, de um destino que não conseguiu realizar.
A arte de saber encaixar, tentando descobrir as razões do outro para o insulto, o veneno, a raiva, a mesquinhice. Não concluir logo que talvez seja estúpido e mau, antes levar a sua atitude à conta da impotência e das desilusões, da ambição que o tortura, de um destino que não conseguiu realizar.
A arte da paciência. Muito difícil esta, porque as
exigências, os deveres, os pedidos e as pressões vêm de todos os lados, como
flechas em batalha medieval, nenhum escudo é bastante grande, são dezenas as
que trazem veneno na ponta e acertam no alvo.
A arte das boas maneiras. Eficaz para fintas e
contra-ataques, permite escapar com delicadeza aos assédios de maldade,
serve de armadura contra a estupidez, ajuda a criar o que se chama boa
reputação.
A arte do desdém. Dispensa-se às gotas, medidas numa
colher de jovialidade, dissolvidas em torrões de ironia com aparência de
açúcar.