Por volta dos doze anos o meu
sonho era vir a ser jornalista, aos vinte já o era, escrevo em jornais desde
então e essa actividade pesa tanto para mim como o resto do que tenho escrito.
Passaram cento e cinquenta e três semanas desde que
Octávio Ribeiro me convidou para colaborar no Correio da Manhã, corresponde
isso a um número igual de textos, todos eles uniformes no tamanho – 2.500
caracteres – variando no tema ao consoante da minha disposição, a maneira como
reajo ao dia-a-dia, às circunstâncias do que me rodeia, ou simplesmente pelo
gosto de inventar um caso.
Ao sábado, quando esses textos
são publicados, a tiragem do CM anda à volta dos 80.000 exemplares, e eu então,
fazendo contas, digo-me que é provável que uns por acaso tenham parado na
página e também haverá quem, para passar o tempo, leia o jornal de ponta a
ponta, e assim pode acontecer que meio por cento, umas quatrocentas pessoas deitem
os olhos ao que escrevo.
Raciocinando sobre o assunto – à
semelhança dos mais também tenho as minhas insónias – dei-me conta que esse
número se aproxima da média diária dos quinhentos visitantes do Tempo Contado, com a diferença que aqueles provavelmente
me lêem por acaso, enquanto estes visitam por interesse seu ou apenas
curiosidade. Cerca de trezentos vêm em partes iguais de Portugal e dos Estados
Unidos, da Holanda são uns trinta, os restantes dividem-se por uns quantos
países, com mais frequência para a França, os Emirados, o Brasil, a Ucrânia e os
outros provavelmente são robots.
Deste modo, seja você leitor do
Correio da Manhã ou tenha o Tempo Contado na agenda, receba aqui o meu
obrigado.