Naquelas ocasiões em que,
desanimado, me pergunto para que me meti nisto de escrever um blog, e como quem
foi à consulta e desconfia do diagnóstico procura uma segunda opinião, também
de vez em quando quase cedo à vontade de abrir a caixa de comentários.
Fiz isso no começo, durante
pouco mais de um ano, mas a experiência não correspondeu ao que esperava, resultou
numa mistura de críticas tontas e elogios idem, desabafos, opiniões sem pés nem
cabeça, conselhos, avisos, advertências, um ou outro destrambelhado insulto, sugestões para na minha prosa modificar este
ou aquele parágrafo e aceitar a “correcção”.
Porque era triste e cansativo fechei
a loja, mas é também triste e cansativo este lançar de garrafas ao mar, não
saber a que praias chegam ou se alguém as encontra e está interessado em ler a
mensagem.
Por enquanto resisto à tentação, conforta-me a ideia de que sempre serão
alguns os leitores que correspondem à imagem que deles faço. Talvez fifty-fifty,
como agora se diz.