Entre a multidão de
escritores compatriotas há pelo menos três que por razões diversas singularmente me
irritam: dois deles porque realmente crêem que a torre de marfim onde habitam
alcança os cornos da Lua, enquanto que o terceiro – chamemos-lhe Bonifácio - assistido
pelos numerosos parentes, se esfalfa de tal maneira a apregoar o talento que em
si supõe, que seria caridade indicar-lhe um psiquiatra que o curasse da mania.
Mas como o Diabo, sempre
divertido, gosta de pregar partidas, dá-se o caso que algures entre o Minho e o
Algarve vive um simpático cavalheiro que, à maneira antiga de si próprio diz ser
“também cultor das Letras e das Artes”, e fez saber que me ficaria eternamente
grato se lhe prefaciasse o livro que tem quase pronto.
O seu e-mail terminava com
uma cacetada que só lhe pode ter sido inspirada por Belzebu: “Tenho por si
grande admiração, é para mim uma referência, só excedida pela obra de Bonifácio.”
Toma lá, José, não vás
distrair-te e um dia destes teres acessos de presunção.