(Clique)
Além de ser duro de orelha sou duro de cabeça, comigo é válido o ditado de que burro velho não toma andadura, pelo que mantenho o antigo hábito de falar com o coração na boca, fazendo apenas ressalva nalgumas ocasiões em que a franqueza possa magoar.
Talvez seja verdade, mas também pode ser
apenas ideia que tenho, o caso é que cada vez mais me vejo obrigado a conter-me e
calar, porque à minha volta crescem em desmesura as susceptibilidades.
Grupos, etnias (raças é tabu), ideologias,
classes, clubes, associações disto e daquilo, partidos assim e assado, parece
não haver bicho careto que não esteja cheio de razão, de direitos, exigências,
todos a querer um excessivo bocado não sei bem de quê, atenção e respeito,
sobretudo respeito, um respeito que de tanto ser exigido já nem como slogan tem
efeito.