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Manhosos, sornas, virulentos, entremeiam sorrisos quando
falam do tempo, mas são como doninhas, prontos no morder. É cansativo tratar
com eles, porque obriga a aceitar-lhes o teatro, ter de falar no mesmo tom, sofrendo
que as palavras percam o significado e se transformem em mero barulho, tudo um
fingimento, rasteiras mesquinhas, ganâncias de tostão, a cada pausa uma vontade
de os mandar àquela parte e, contudo, manter o sorriso, fingindo boa vizinhança
até que haja uma aberta e, com um suspiro de alívio, se lhes possa virar as
costas.