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Belos dias soalheiros, feriado a calhar com o fim-de-semana, que adianta pôr-me a remoer as dores do mundo, as minhas, as dos meus, insistindo nas perguntas que há muito sei ficam sem resposta?
E então, surpresa, chegam de longe palavras inesperadas e
inteligentes, como se fossem do que raro se tem, um momento de boa conversa:
"… é natural
que eles não gostem porque o Meças está-nos a dizer coisas desagradáveis.
Está-nos a «atirar com coisas à cara» usando a expressão popular. Quando lemos
que o personagem Meças humilha o filho e viola a nora, o que é que lemos? Que o
filho foi a Lisboa à procura de emprego e não o encontrou. E que a nora fora
daquela casa só vai encontrar indiferença e encolher de ombros. O que essa
simples cena nos está a dizer é que não vale de nada legislarmos a proteger a
mulher enquanto não formos capazes como sociedade de proporcionar meios de vida
a cada um de nós para ter a autonomia necessária para se defender. A farronca
legislativa de Lisboa sabe bem que é impotente para espalhar decência e justiça
ao longo do território."