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Com tudo o que na sua vida pública e política acontece de rasteiro, torpe, vergonhoso, Portugal mantém a rara qualidade de só ver no espelho, não o que este reflecte de miserável, mas o alegre piscar de olho do trapaceiro, a arte do vigarista da vermelhinha, a certeza de que embora às vezes demore, está provado que o chico-espertismo leva sempre a melhor.
É um país que dispensa legisladores que o corrijam ou juízes que o castiguem, mas para espanto das gerações vindouras está a pedir um Balzac que lhe retrate os personagens e a triste comédia.