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O exibicionismo tem efeito quando consegue surpreender, mas
em demasia cansa, torna-se deprimente ao revelar-se um maneirismo. É também uma
mostra de pouca arte, lembra o palhaço
que insiste na mesma graçola, o político a rebater a tecla das suas elevadas convicções,
a cansativa insistência do que relata as cirurgias que teve e se despe para mostrar
as cicatrizes.
O exibicionista demonstra impotência, incapacidade de
mudar, de melhorar, de crescer. Na literatura é ele o personagem dramático que,
na ânsia de se mostrar, se põe à frente daquilo que faz.
Exibe-se e ninguém o vê.