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Ganhou o Syriza e vamos ter os comentários da esquerda,
da direita, de cima, de baixo, de través, o que nada importa. Nenhum, por mais
sábio, alcançará a justeza do ancião grego que ontem na TV afirmava,
entristecido: "Votei no Syriza, mas nada adianta, não são eles quem manda."
A 4 de Outubro também vou votar, sabendo que nada
adianta, apenas por dever cívico, entristecido também, porque a possibilidade
de escolha se limita a dois partidos cujas diferenças, se existem, são para
inglês ver e, mais coisa menos coisa, beneficiam sempre os mesmos.
Em matéria de política, partidos políticos, governo,
consciência social e actividade cívica, o nosso amado Portugal, sabemo-lo de
sobra, tem um longo caminho a andar.
Pessoalmente, o espectáculo dos dois debates que vi entre
os cabeças de lista do PS e do PSD, afligiu-me. Nenhum dos senhores tem estofo
de estadista, nem poids, é tudo
desgraçadamente muito a acenar, não ao cidadão, mas à clientela, mais paleio do
que convicção, promessas de feirante garantindo os efeitos da banha de cobra e a
chegada de amanhãs que cantam.
Seja qual for o resultado, "nada adianta, não são
eles quem manda". A nós, felizmente, resta-nos um grande, precioso bem:
a liberdade de expressão, e um parlamento onde eles nada podem: a internet.