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Vivemos numa
aflitiva, mas também contraditória, preocupação pela privacidade. Fala-se de
perigos, ameaças, assaltos, avisam-nos de que constantemente nos escutam,
espionam, misteriosas instâncias tudo conhecem do nosso comportamento, dos
nossos desejos, das intenções que temos.
Provavelmente
assim é, mas também nunca antes na história da humanidade fizemos tanto para
que se saiba quem somos, o que queremos, que vícios nos assaltam, que hábitos
seguimos, que ódios nos confundem. Exigimos que nos
garantam o segredo, o privado, o íntimo, e ao mesmo tempo tudo fazemos para que nos oiçam, levem em
conta, saibam quem somos e onde estamos.
Se num passado
recente se viu o Big Brother de
Orwell como sinistra ameaça, é curioso notar que entrou pelo espectáculo e,
como se nada fosse, a imensa maioria a aceitar e a aplaudir, passou para as
redes sociais.
Desejo de privacidade? Uma
fava!