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Tem certo cheiro a telenovela a agitação em torno da Grécia.
É como se à viva força nos queiram convencer de que ou a coisa vai como os
gregos desejam, ou temos aí guerras e catástrofes, a Europa a desmembrar-se, a
Rússia a forçar a entrada pela Ucrânia, arreganhando os dentes para a nossa
fraqueza e falta de união.
Talvez venha a ser assim. Talvez pior. Pode acontecer que da
Líbia aportem a Lampedusa, não milhares,
mas dezenas, centenas de milhar de infelizes que supõem haver por aqui um
Far-West com minas de ouro. Não há.
A ameaça desses assusta-me, o porta-moedas dos gregos
deixa-me indiferente, e que saiam ou se deixem ficar, não me faz mossa. Se a
você faz, se se sente com obrigação e capacidade de a sério propor soluções e remédios, bom
proveito. Mas saiba que por muito e melhor que opine, que escreva sobre o
assunto, esse esforço tem valia igual aos conselhos que, na Antiguidade, a pitonisa
berrava em Delfos.
Acalme. Deixe os gregos em paz, eles há séculos que se
mostram capazes de, melhor que muitos, cuidarem dos seus interesses. Mais vale que empregue todo esse esforço e saber para melhoria da terra em que nascemos.
Não lhe vou lembrar o que Eça de Queiroz (ou seria Fradique
Mendes?) aconselhava que se deve fazer quando encontramos um grego.