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Falamos da crise, do Ronaldo,
do preso 44, do rapaz que ao fim e ao cabo era um dinamarquês "inspirado
pelos ataques de Paris". Falamos do milagre que se vai dar na Grécia, da
inveja que sentimos de que lhe caiba a eles, e a mais ninguém, a segunda
edição do maná.
Falamos de Judite Sousa, que
"teve recaída e volta isolar-se"; do Estado Islâmico que decapitou 21
egípcios, e de um sueco, Ibrahimovic de seu nome, que combate a fome do mundo
tatuando o corpo, e no-lo mostra para que se saiba como é solidário.
De muito falamos e muito
escondemos, temerosos do que nos possa calhar, esperançados de que o mal caia no
vizinho, ou nos franceses, ainda melhor nos alemães.
Falamos com medo da vida e
porque é segunda-feira, o dia em que depois do descanso tudo pode acontecer.
Falamos para ocultar o que nos sufoca.