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Em certas horas é avisado respirar fundo, encolher os ombros, não nos deixarmos arrastar pelo misto de irritação e desdém que causam os actos dos presunçosos auto-promovidos a opinion leaders, tão inchados de si próprios que me recordam um cônsul brasileiro que conheci em Amsterdam. Indo a um hotel para organizar uma festa, perguntou ao funcionário que o atendeu:
- Quem é o senhor?
- Sou o recepcionista.
- Chame o director! Só discuto de governo para governo.
Tinha lido, ao mesmo tempo que franzia o sobrolho, mas
ontem, um jornalista holandês que há muito segue a política portuguesa, dela
tem suficiente conhecimento e fala bem a língua, perguntava-me, rindo, que
achava eu disto.
Não encontrei resposta, mas palavra que me doeram as cruas verdades que
sobre nós tive de ouvir.