Razão válida não descortino, mas ando de sombras e azedume, resmungando, como Cristo, que este mundo não é o meu. É da Lady Gaga, dos reumáticos Stones, do falecido Jackson (Michael para os íntimos), da plastificada, caiada, rebocada Madona, dos muitos que os imitam e valem o mesmo.
É do My Space,
onde se diz que seriam precisos 240 anos para ouvir os milhões de músicas lá
armazenadas. É dos iPhones, tablets e
mais aparelhagem de comunicação instantânea para as solidões e amizades do Facebook, dos chilreios no Twitter, dos terabytes de imbecilidade
armazenados no Cloud.
É dos romances que leio sem compreender, dos filmes que
o mostram a findar em catástrofe, salvo in extremis
por super-heróis. É da Star Wars, do Avatar
e outras poderosas criações que me fazem rir.
Bem sei que o vejo assim porque muito desconheço, fora
que a idade, a disposição, o interesse e o carácter, me prendem a coisas menos
complexas, de silêncio e escassa agitação.
Alguma vantagem há em que, não participando, tudo me seja
espectáculo, mas uma coisa é comprar entrada para querer assistir, outra é ser obrigado
a ficar no teatro.