Enerva-se o cidadão com o que lhe parece mal e torto na governança do país. Barafusta. Aponta o dedo. Exige soluções. Já. Como a vida é só uma pensa em si, na mulher, nos filhos, por aí fica a sua noção do futuro. Tetranetos e vindouros que se arranjem.
Acha sacrifício desmesurado perder metade do subsídio, ir menos ao restaurante, ao cinema, não passar férias, ou passá-las cá dentro. E a culpa sabe-o ele quem a tem: os mandões, os comilões, os filhos da puta no governo, nos bancos e nas grandes manjedouras.
Nunca lhe passará pela cabeça culpar os tetravôs que, também eles, cuidaram de si próprios, do mesquinho interesse particular, e fizeram um grande manguito para o interesse de todos, o da nação.
Diz a sabedoria popular: elas pagam-se. Estranho é que nada se aprenda.