Depois de uma ligação infeliz e tantos anos de espera, nove, acredita que finalmente encontrou o amor. Diz que ele a ouve, lhe pergunta como foi o dia no trabalho, se se sente bem, se pensou tanto nele como ele pensou nela.
Criancices. De uma mulher de trinta e seis, cabeça no seu lugar, doutorada numa ciência muito concreta, esperava eu outro raciocínio e argumentação de mais solidez. Porque mesmo que hoje se dê o nó com tanta facilidade como se pode desatar, a vida a dois exige ingredientes de mais peso que um ouvido atento ou o carinho de "como foi o teu dia".
Enfim, cada um lá sabe as linhas com que se cose.
Agora queria ela apresentar-mo, a modos de trazê-lo à inspecção, não que o meu juízo fosse modificar a escolha, mas para receber como que o beneplácito de quem, tendo corrido mais mundo, seria capaz de farejar mazelas.
Recusei. O tempo lhe ensinará que na vida os passos se dão sem bengala nem garantia.