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Amavam-se. Compreendiam-se. Amavam-se, mas eram desiguais, de tal modo diferentes que parecia milagre a atracção que os prendia.
De cada vez – um passado, experiência má, outro temperamento, medo? – ela pedia num sussurro:
- Espera. Sê paciente comigo.
Até que veio o momento em que o quis, o desejou com a força acumulada dos sonhos, da carne, dos medos esquecidos, da vitória sobre si própria.
Dessa vez, porém – contrariedade, distracção? – ele não se deu conta que a hora tinha chegado, e disse que sim, que compreendia. E, como sempre, apertou-a carinhosamente nos braços, beijou-lhe a face, afastou-a com brandura.
Instantes depois, o amor que crescera e durara tanto tempo começou a morrer.