sábado, outubro 17

Aspirações


Almocei bem, podia ocupar o pensamento em coisas mais elevadas, mas acontece que de novo recordo que esta manhã, durante a tarefa que me cabe de ao sábado passar (passear) o aspirador pelo soalho, me vi-me de novo a pensar em Fernando Pessoa. A desconfiar de Fernando Pessoa.

Nele, como em Jorge Luís Borges, Joyce et allia, enterrados em panteões nacionais ou gozando da admiração particular dos seus aduladores, há talento e banalidade, mistificação, pieguice – são do juízo ninguém escreve daquelas cartas a Ofélia – malabarismo, doses generosas de nevoeiro.

Outros julgarão diferente, e não serei eu a querer que esses deixem de ver a luz, pois boa coisa é ter altares com figuras que incondicionalmente se admiram.