Era prático, útil, ficava bem numa secretária, e sobretudo dava um ar de organização aos desleixados.
- Procura aí no Rolodex.
Ao ouvir aquilo, os menos entendidos olhavam com respeito o aparelho que, na sua simplicidade, provavelmente encerrava segredos e mistérios.
Com a chegada do computador foi desaparecendo aos poucos. No meu, velho de trinta anos e pico, as fichas amareleceram, e nelas quase só se encontram os nomes de falecidos. Porque o guardo? Nostalgia e uma pontinha de vaidade antiga.
De vez em quando um ou outro jovem pergunta:
- O que é aquilo?
- É um Rolodex.
Em geral estranham que não tenha motor, mas não querem saber mais.