sexta-feira, abril 9

Um país de pinóquios

 "Quem é que quer reconhecer que, dez anos depois de Sócrates, somos governados pelos mesmos personagens que governaram com ele, e que se alguma coisa mudou, foi que estamos, enquanto sociedade, mais pobres e mais fracos, e eles, enquanto governantes, mais dominadores e mais implacáveis? A vulnerabilidade dos cidadãos perante o Estado, depois do agravamento constante do esforço fiscal e das devastações económicas do confinamento, é hoje muito maior. O seu desamparo e a sua incerteza também, com a campanha de policiamento da linguagem e de “cancelamento” importada dos EUA e animada pelos aliados de extrema-esquerda que os companheiros de Sócrates entretanto arranjaram. Vivemos num país desolado, em que a facção no governo, amparada pelo financiamento europeu e pela inquisição comunista e neo-comunista, exerce um poder como ninguém exerceu desde 1976…….

O socratismo venceu, independentemente do que acontecer pessoalmente a Sócrates. É isso que explica a nossa história recente. A corrupção, a bancarrota e a divergência em relação à Europa não são azares. São efeitos de um sistema de poder que assenta no domínio do Estado sobre a sociedade, através de um bloco de clientelas eleitorais que é preciso alimentar à custa de endividamento, extorsão fiscal e cortes de investimento público. É claro que é importante averiguar se alguém abusou do poder para enriquecimento pessoal ilícito. Mas este é um detalhe de uma história muito mais grave e muito mais triste, porque é a da degradação de um regime, da decadência de um país e da morte das esperanças e expectativas de várias gerações." Aqui